Elisabete da Trindade:
a santa que deixou-se modelar
pelas mãos do divino Oleiro.
“Acreditar que um ser, que se chama
Amor, habita em nós a qualquer momento
do dia e da noite e que nos pede que
vivamos em sociedade com ele,
eis o que transformou a minha vida num
céu antecipado”.
Elisabete e Margarida.
Na manhã de domingo,
18 de julho de 1880,
Elisabete Cates nasce no
acampamento militar de Avor,
onde seu pai, o Capitão José Catez,
do oitavo esquadrão do trem das
equipagens, está em guarnição.
O seu nascimento não esteve isento
de dificuldades.
Os dois médicos presentes já haviam
advertido o Capitão que seria necessário fazer
o sacrifício desta primeira criança.
A mãe sofreu muito
durante trinta e seis horas.
Mas, no final da Missa que o
Capelão Chaboisseau
celebrava nas suas intenções,
a pequena Elisabete vem ao mundo.
A criança tem boa saúde,
“era muito bonita e muito esperta”,
se recordará a senhora Catez.
A 22 de julho, festa de Santa
Maria Madalena
(será motivo de alegria para
a futura contemplativa),
ela é batizada.
Elisabete:
"Quando tirei essa foto
estava pensando NELE!"
Em 1901 entrou no Carmelo
descalço de Dijon.
Foi uma verdadeira adoradora
em espírito e verdade, entre
penas interiores e doenças,
viveu como "louvor de glória"
da Santíssima Trindade presente na alma,
encontrando no mistério da habitação
de Deus na alma o seu "céu na terra",
seu carisma e missão eclesial.
Correu, voou, no caminho da perfeição
e em 09 de novembro de 1906 expirava,
por causa de uma úlcera de estômago.
Oração que resume sua vida.
Elevação à Trindade:
“Ó meu Deus, Trindade que adoro,
ajudai-me a esquecer-me inteiramente de mim mesma,
para fixar-me em vós, imóvel e calma,
como se minha alma estivesse já na eternidade,
que nada possa perturbar-me a paz,
nem me fazer sair de vós, ó meu imutável,
mas que cada instante me leve mais avante na profundidade
de vosso mistério!
Apaziguai-me a alma, fazei dela o vosso céu,
vossa morada preferida, o lugar de vosso repouso,
que jamais aí vos deixe só, mas que esteja toda inteira,
totalmente desperta em minha fé, toda em adoração,
completamente entregue a vossa ação criadora.
Ó Cristo, meu amado crucificado por amor,
quisera ser uma esposa para vosso coração,
quisera cobrir-vos de glória, amar-vos...
até morrer de amor. Sinto, porém,
a minha fraqueza e peço-vos me revestir de vós mesmo,
identificar a minha alma com todos
os movimentos da vossa, submergir-me em vós,
invadir-me, substituir-vos a mim para
que minha vida seja uma verdadeira irradiação da vossa.
Vinde a mim como adorador,
como reparador, como salvador.
Ó Verbo eterno, palavra de meu Deus,
quero passar a vida a ouvir-vos,
quero ser de uma docilidade absoluta para tudo apreender de vós;
e depois, através de todas as trevas, todos
os vácuos, todas as fraquezas, quero fitar-vos
sempre e ficar sob a vossa grande luz.
Ó meu astro Amado, fascinai-me para que não
me seja mais possível sair de
vosso clarão radioso.
Ó fogo consumidor, Espírito de amor,
vinde a mim, para que se opere em minha alma
como que uma encarnação do Verbo,
que eu seja para ele um acréscimo de humanidade
na qual renove todo o seu mistério, e vós,
ó Pai, inclinai-vos bondosamente sobre
a vossa pobre criatura,
só considerando nela o Muito Amado,
no qual pusestes todas as vossas complacências.
Ó meus “Três”, meu tudo, minha beatitude,
solidão infinita, imensidade onde me perco,
entrego-me a vós como uma presa,
sepultai-vos em mim, para que eu me sepulte em vós,
enquanto espero ir contemplar
em vossa luz o abismo
de vossas grandezas.”
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